quinta-feira, 31 de julho de 2014

Essas crianças sabem cooperar com os trabalhos

Conquistando a camiseta missionaria:
 

esse povinho é muito trabalhador e divertido brincando lavamos todo o salão. Parabéns crianças


"Inveja no Facebook e a vida dos outros"

Doutor em teologia moral alerta para os efeitos que o uso das redes sociais para esnobar-se ou para investigar a vida do outro como curiosidade pode causar na existência humana
Pe. Mário Marcelo Coelho, scj 
Doutor em Teologia Moral

Pesquisadores das Universidades Humboldt e Técnica de Darmastadt, na Alemanha, desenvolveram estudos com 600 pessoas intitulado: “Inveja no Facebook: Uma Ameaça Oculta à Satisfação da Vida dos Usuários?”. Chegaram à conclusão de que o Facebook provoca sérios ressentimentos ou inveja em cerca de um terço dos usuários.
O Facebook é hoje a maior rede social do mundo com mais de 1 bilhão de usuários com possibilidades de produzir plataforma inédita para comparações sociais, por isso possibilitou este estudo. “Os pesquisadores disseram que os entrevistados eram alemães, mas esperavam que os resultados fossem os mesmos internacionalmente, já que a inveja é um sentimento universal, uma constante na vida das pessoas” (O Estado de São Paulo, 23/01/2013, B12).
O primeiro estudo analisou a escala, o âmbito e a natureza de incidentes de inveja provocados pelo Facebook, e o segundo em como a inveja estava relacionada ao uso passivo do Facebook e a satisfação com a vida.
Os brasileiros foram os maiores usuários do Orkut e estão em segundo lugar no Facebook. Segundo o site socialbakers.com, 82,32% dos brasileiros que têm acesso à internet participam do Facebook, contra apenas 37,56% dos alemães.
A pergunta de fundo é essa: O que causa inveja em uma pessoa ao entrar no Facebook? Segundo os pesquisadores, “testemunhar as férias, a vida amorosa e o sucesso profissional dos amigos no Facebook pode provocar inveja e causar sentimentos de infelicidade e solidão”.
Insatisfação após visitar o site
Os pesquisadores descobriram que uma em cada três pessoas sentiu-se pior e mais insatisfeita com a própria vida depois de visitar o site, enquanto pessoas que passearam por lá sem contribuir foram as mais afetadas, ou seja, para eles, as piores reações partem de usuários que entram na rede passivamente, sem interagir com ninguém: “O acompanhamento passivo provoca emoções amargas, com os usuários invejando principalmente a felicidade dos outros, o modo como os outros passam as férias e como socializam”.
“Ficamos surpresos ao ver quantas pessoas têm uma experiência negativa do Facebook com a inveja, fazendo-as se sentirem sozinhas, frustradas ou com raiva”, disse a pesquisadora Hanna Krasnova, do Instituto de Sistemas da Informação na Universidade Humboldt de Berlim. “A partir de nossas observações, algumas dessas pessoas vão, então, sair do Facebook ou, pelo menos, reduzir o uso que fazem do site”, aumentando a especulação de que o Facebook poderia chegar a um ponto de saturação em alguns mercados. “Do ponto de vista de um provedor, nossas descobertas assinalam que os usuários frequentemente veem o Facebook como um ambiente estressante, que pode, a longo prazo, pôr em perigo a sustentabilidade da plataforma”, concluíram os pesquisadores.
Pesquisadores das duas Universidades descobriram que fotos de férias eram a maior causa de ressentimentos. Mais da metade dos pesquisados revelaram que sentiram inveja provocada por imagens de viagens postadas no Facebook.
A interação social foi a segunda causa mais comum de inveja, com os usuários podendo comparar quantas felicitações de aniversário receberam em relação a amigos no Facebook e quantos “curtir” ou comentários foram feitos em fotos ou posts.
Outra descoberta foi que pessoas com trinta e poucos anos eram mais propensas a invejar a felicidade familiar, enquanto as mulheres eram mais propensas a invejar a atratividade física. Esses sentimentos de inveja fizeram alguns usuários se vangloriar mais sobre suas conquistas pelo Facebook para aparecerem sob uma luz melhor. Os homens postavam mais conteúdo autopromocional no Facebook para fazer com que as pessoas soubessem sobre suas realizações, enquanto as mulheres destacavam sua boa aparência e vida social.
Estudos indicam também que os jovens gastam até 70% de seu tempo nas mídias sociais, entretenimento e jogos, mas de uma maneira fútil, sem nenhuma utilidade para sua vida.
Curiosidade humana
Todo ser humano tem o apetite natural de conhecimento, ou seja, é próprio do ser humano buscar através de diferentes formas conhecer a realidade. Nesta busca de conhecimento o homem pode direcioná-lo para o modo disciplinado (controlado) a studiositas ou indisciplinado (descontrolado) a curiositas.
Há uma nítida distinção entre a studiositas e a curiositas. Com ambas se quer afirmar a disciplina e a indisciplina do apetite natural de conhecimento, principalmente, temperança e intemperança na percepção sensorial dos múltiplos acontecimentos do mundo. A vontade de conhecimento necessita da sabedoria ordenadora, “para que o homem não se lance no conhecimento das coisas para além da justa medida” (Santo Tomás de Aquino, Summa theologica, II-II, 166,2 ad 3). A studiositas capacita a pessoa humana à contemplação para buscar a verdade das coisas para além das imagens ilusórias.
A curiositas não está no fato de o espírito humano querer desvendar os mistérios naturais e os segredos da criação, mas na insensatez e no absurdo de pretender apossar-se de Deus e decifrar os seus mistérios. São Tomás a compara com a magia, o apetite desmedido do conhecimento (Santo Tomás de Aquino, Summa theologica, II-II, 167, 1).
Conscupiscência dos olhos
A curiositas é a evagatio mentis (distração mental), ou seja, a dissipação do espírito, sinal de total esterilidade e desenraizamento, onde a pessoa humana perde a capacidade de centrar-se, habitar em si próprio. Disso derivam as inquietações interiores, a inconstância nas decisões, volubilidade de caráter, tagarelice, a fofoca… E uma total desatenção no conhecimento de si mesmo, dos outros, do mundo. Concupiscência dos olhos (cf. 1Jo 2,16).
Quando a pessoa usa das redes sociais para esnobar-se ou para investigar a vida do outro como curiosidade ou fofocas, vai gerar nestas pessoas a inveja, o exibicionismo exacerbado, a inconstância interior, a angústia existencial, pessoas insatisfeitas com a vida.
Como exemplos do descontrole do desejo entendidos “curiosidade” (curiositas), podemos pensar no vizinho e na vizinha que “bisbilhotam” a vida dos outros; dos programas de TV que passam bom tempo especulando e fofocando vida das pessoas famosas; o sucesso dos “reality show” onde as pessoas de suas casas ficam vigiando outras pessoas; o sucesso de revistas, sites de fofocas e curiosidades; etc. Tudo isto é o verdadeiro e profundo mal que a “concupiscência dos olhos”, este “ver por ver”, pode causar na existência humana. Martin Heidegger designou por “curiosidade” (Neugier) aquilo que realmente queriam dizer os Antigos com curiositas: o que interessa à curiosidade não é a captação da realidade, mas a “possibilidade de abandonar-se ao mundo”.
Formar consciência
Penso que deveria ser possível mostrar a qualquer pessoa da “geração TV”, “geração Facebook” o perigo que tão profundamente atinge a existência humana: o de perder, no meio do tumulto ensurdecedor, de conhecimentos superficiais, de vazias baboseiras, a capacidade original e verdadeira de captar a realidade. O controle do “desejo de ver”, tão vital hoje como antigamente, poderia alcançar um valor quase salvador na medida em que, por uma ascese do conhecimento, conservássemos aquilo que desde sempre perfaz uma existência humana plena de sentido: ver a realidade criada por Deus tal como ela é, e viver e agir da verdade assim apreendida.
A partir de tudo isso, devemos afirmar que há uma forte necessidade de formar consciência. A consciência moral deve ser educada para a formulação clara e coerente do juízo moral diante dos avanços tecnológicos. Não podemos demonizá-los nem sacralizá-los. É preciso conscientizar. A educação da consciência é uma tarefa para toda a vida. “A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração”.
Diante de todos estes avanços tecnológicos e da força das redes sociais, surge um questionamento urgente e necessário: “As redes sociais ajudam o ser humano a encontrar-se e/ou a encontrar os outros?”
“O Facebook pode ser comparado a uma praça de cidade pequena, onde pessoas vão para fofocar e mostrar fotos de viagens ou da família”, Jornalista Filip Vilicic (VEJA, 23/01/2013, p.66).
Fonte: Cancão Nova

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O professor que não regava as mudas
 
Havia, certa vez, um velho, professor aposentado, que morava em um sítio e gostava de plantar mudas de árvores. O seu sonho era fazer do sítio um bosque.
Mas este professor era diferente dos outros sitiantes. Ele não regava as mudas que plantava. Regava apenas no começo, até pegarem. Esta sua atitude intrigava a sabedoria dos vizinhos.
Ele explicava: “Se eu regar, elas ficam mimadas. Não regando, a vida delas se torna difícil, têm de aprofundar as raízes em busca de umidade. Assim, um vento forte não as derrubará”. Além de não regar, de vez em quando ele batia nas plantas com jornal enrolado.
Anos depois, o velho faleceu. O seu sítio tornou-se realmente um bosque muito bonito. Mas um bosque diferente. Quando a seca era prolongada, as árvores dos sítios vizinhos perdiam as folhas, mas aquelas não. Se dava um temporal, nenhuma árvore caía, mesmo quando muitas vizinhas caíam.
Árvores regadas todos os dias gostam de ser bem servidas e paparicadas. Sempre que sopra um vento frio, elas tremem.O interessante é que as árvores daquele professor pareciam preferir a adversidade e a privação, ao conforto e à tranquilidade.
As pessoas gostavam de fazer confraternizações embaixo delas. Isso porque, ao contrário das outras, aquelas árvores aprenderam a beber café sem açúcar.
Uma mãe, vizinha daquele sítio, sempre pedia a Deus, para seus filhos uma vida fácil e sem sofrimentos. Ao contemplar aquelas árvores, mudou a sua oração. Os ventos gelados são inevitáveis e as tempestades também. Ela passou a rezar para que as raízes dos seus filhos fossem profundas, a fim de encontrarem a umidade necessária para vencer as adversidades.
Nossos instintos foram feridos pelo pecado. Precisamos domá-los, e isso nos custa sacrifícios, treinamento e penitência.“Eu castigo o meu corpo e o trato com dureza, para não acontecer que eu proclame a mensagem aos outros, e eu mesmo seja reprovado” (1Cor 9,27).
João Batista foi um profeta que cresceu numa vida austera, vivendo no deserto e fazendo penitência. Só podia dar no que deu: Coragem… martírio.
Maria Santíssima também levou vida austera e foi uma profetiza corajosa. Ela fez denúncias claras: “O Senhor mostrou a força de seu braço. Dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias” (Lc 1,51-53). Ela enfrentou sacrifícios, como vemos na longa caminhada que fez, pela região montanhosa, para ajudar a prima Isabel. Santa Maria, rogai por nós.
Pe. QueirózPublicado originalmente no portal A12
 
 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

domingo, 27 de julho de 2014

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Quem não perdoa destrói pontes pelas quais terá de passar.
 
Deus perdoa as nossas transgressões” (Sl 65,3)
perdao-casal“Aquele que não é capaz de perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo terá de passar”, escreveu Edward Herbert, célebre historiador britânico. Essas palavras destacam uma razão para ser perdoador: mais cedo ou mais tarde, podemos precisar que outros nos perdoem. (Mt 7,12). Mas há um motivo muito mais importante para ser perdoador, basta ler as palavras de São Paulo Apóstolo em Colossenses 3,13: “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós”. Visto que somos todos imperfeitos, às vezes podemos irritar ou ofender os outros, e eles talvez nos façam o mesmo (Rm 3,23). Então, como podemos manter a paz? Inspirado por Deus, São Paulo nos aconselha a ser tolerantes e perdoadores. Esse conselho é tão importante e sempre atual. Vamos analisar as palavras de São Paulo. “Continuai a suportar-vos uns aos outros”. A palavra grega para “continuar a suportar” dá a ideia de ser tolerante e paciente. Uma obra de referência diz que os cristãos mostram essa qualidade por “estar dispostos a suportar aqueles cujas falhas ou traços de personalidade são irritantes”. A expressão “uns aos outros” indica que essa tolerância deve ser mútua. Ou seja, quando lembramos que também podemos irritar outros, não permitimos que suas características irritantes perturbem a paz entre nós. Mas e se outros pecarem contra nós?
“Continuai a perdoar-vos uns aos outros liberalmente”. De acordo com vários especialistas, a palavra grega traduzida “perdoar liberalmente” não é a palavra que se costuma usar para traduzir perdão, mas tem um significado mais profundo, que enfatiza a natureza generosa do perdão. Outra fonte diz que essa palavra pode significar “conceder algo agradável, um favor, um benefício”. Somos generosos quando perdoamos de coração, mesmo quando há razão para queixa contra outro. Mas por que devemos estar dispostos a “conceder esse favor”? Pelo simples motivo de que logo, talvez, precisemos que o ofensor nos perdoe, retribuindo assim o favor. “Assim como Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei.” Esse é o principal motivo para ser generoso em perdoar os outros: o próprio Deus nos perdoa liberalmente. (Mq 7,18). Pense por um instante sobre o perdão, favor-graça que Deus concede a pecadores arrependidos. Ao contrário de nós, Deus não peca. Mas ele, de bom grado, perdoa completamente pecadores arrependidos, mesmo sem precisar que eles retribuam o favor por perdoá-lo. De fato, o Senhor bom Deus é o exemplo mais caridoso de alguém que perdoa liberalmente.
“Eu confio na misericórdia de Deus para sempre” (Sl 52,8). A misericórdia do nosso glorioso Pai Celestial nos atrai a ele e nos faz querer imitá-lo. (Ef 4,32. 5,1).
Um dos grandes mestres da espiritualidade cristã Charles de Foucauld afirmou: “Viver só para Deus. O amor é inseparável da imitação. Quem ama quer imitar: é o segredo da minha vida”. Ele escreveu: “Perdoai-nos as nossas ofensas. Não podemos pedir perdão se não perdoamos também. O perdão, como a graça, não se pede somente para si, mas para todos os homens”. Foucauld acrescenta: “Essa deveria ser a finalidade de todas as nossas orações, de todas as nossas ações”.
Por Padre Inácio José do Vale (via Canção Nova)
 
 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Desafios pastorais da família – um Sínodo para o futuro da Igreja 

 Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização” é o tema do “Instrumento de trabalho” para o Sínodo extraordinário de outubro próximo. Em conferência de imprensa foi apresentado este documento que sintetiza as respostas ao questionário enviado para todas as dioceses sobre os temas do matrimônio e da família publicado em Novembro de 2013. Na nossa rubrica de hoje “Sal da Terra, Luz do Mundo” visitaremos este texto agora apresentado e lançaremos um olhar sobre este Sínodo tão aguardado pelas famílias cristãs.

O Evangelho da família; as situações familiares difíceis; a educação para a vida e na fé no núcleo familiar: são as três áreas em que se desenvolve o “Instrumentum Laboris” documento de trabalho para o Sínodo Extraordinário sobre a família que terá lugar no próximo mês de outubro e que será uma primeira assembleia que preparará o Sínodo Ordinário de 2015.
A primeira parte deste instrumento de trabalho chama-se "Comunicar o Evangelho da família hoje" e reitera antes de mais o "dado bíblico" da família, baseada no matrimónio entre homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus e colaboradores do Senhor no acolhimento e transmissão da vida. 
Uma reflexão específica é dedicada à dificuldade de compreender o significado e o valor da "lei natural", colocada na base da dimensão esponsal entre o homem e a mulher. Para muitos, "natural" é sinónimo de "espontâneo", o que comporta que os direitos humanos são entendidos como a autodeterminação do sujeito individual que tende à realização dos próprios desejos. 
Um outro grande desafio indicado pelo texto agora divulgado é a privatização da família, que já não é entendida como um elemento ativo da sociedade e a sua célula fundamental. Por esta razão, é necessário que os núcleos familiares sejam tutelados pelo Estado e recuperem o seu papel de sujeitos sociais nos diferentes contextos: trabalho, educação, saúde, defesa da vida. 
A segunda parte do documento tem como tema "A pastoral da família diante dos novos desafios". São muitas as situações críticas que a família deve enfrentar hoje: fraqueza da figura paterna, fragmentação devido a divórcios e separações, violências e abusos contra as mulheres e crianças, tráfico de menores, drogas, alcoolismo, dependência do jogo a dinheiro e também a dependência das redes sociais que impede o diálogo em família e rouba o tempo livre para as relações interpessoais.
O documento sinodal destaca também o impacto do trabalho sobre a vida familiar: horários extenuantes, insegurança no emprego, flexibilidade que envolve longos trajetos, ausência do repouso dominical dificultam a possibilidade de estar juntos, em família. 
O documento enfrenta, depois, as situações pastorais difíceis e sublinha que a coabitação e as uniões de facto são muitas vezes devidas a uma deficiência de formação sobre o matrimónio, a perceção do amor apenas como "um facto privado", o medo do empenho conjugal entendido como perda da liberdade individual. 
O documento dedica também uma grande parte às "situações de irregularidade canónica", porque as respostas recebidas estão sobretudo focalizadas nos divorciados e casados novamente. Em geral, põe-se em destaque o número consistente daqueles que vivem com "negligência" de tal condição e não pedem, portanto, para se aproximarem da Eucaristia e da reconciliação. 
Em certos casos, algumas Conferências episcopais pedem novos instrumentos para abrir a possibilidade de exercer "misericórdia, clemência e indulgência" para com as novas uniões. 
O instrumento de trabalho mostra que, para as situações difíceis a Igreja não deve assumir uma atitude de juiz que condena, mas a de uma mãe que sempre acolhe os seus filhos, sublinhando que "não aceder aos sacramentos não significa ser excluído da vida cristã e da relação com Deus"
A propósito das uniões entre pessoas do mesmo sexo, põe-se em evidência que todas as Conferências Episcopais dizem não à introdução de uma legislação que permite tal união "redefinindo" o matrimónio entre homem e mulher. Pede-se, contudo, uma atitude respeitosa e de não-julgamento em relação a estas pessoas, enquanto se destaca a falta de programas pastorais a este respeito, uma vez que se tratam de fenómenos recentes.
A terceira parte do documento tem como título “A abertura à vida e à responsabilidade educativa” – aí se faz notar, antes de mais, que é pouco conhecida na sua dimensão positiva a doutrina da Igreja sobre a abertura à vida da parte dos esposos, pelo que é considerada como uma ingerência na vida do casal e uma limitação à autonomia da consciência. Daqui a confusão que se cria entre os contracetivos e os métodos naturais de regulação da fertilidade. Relativamente à profilaxia contra a sida, é necessário que a Igreja explique melhor a sua posição, também para contrastar algumas “reduções caricaturais” dos meios de comunicação e para evitar reduzir o problema a uma mera questão “técnica”, quando na realidade se trata de “dramas que marcam profundamente a vida de inúmeras pessoas.
Fonte: Radio Vaticano

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Papa Francisco durante o Angelus: "a violência vence-se com a paz!"

Aos milhares de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus o Papa, na sua reflexão neste XVI Domingo do Tempo comum, falou da parábola da boa semente e do joio, uma parábola que enfrenta o problema do mal no mundo pondo em evidência a paciência de Deus. A cena – explicou o Papa – tem lugar num campo onde o proprietário semeia o trigo mas numa noite chega o inimigo e semeia a cizânia. Os servos queriam arrancar imediatamente a erva daninha mas o proprietário disse que não, para que não suceda que, arrancado o joio se arranque também o trigo. E sobre o significado da parábola disse o Papa: O ensino da parábola é duplo. Antes de tudo, ela nos diz que o mal que existe no mundo não vem de Deus, mas do inimigo, o Maligno. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de modo que é impossível para nós homens separá-los claramente; mas Deus, no fim dos tempos, poderá fazê-lo.O segundo tema, continuou o Papa é o da contraposição entre a impaciência dos servos e a espera paciente do proprietário do campo, que representa Deus. Nós por vezes temos pressa de julgar, classificar, colocar aqui os bons e para lá os maus …
Mas Deus sabe esperar. Ele olha para o "campo" da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: ele vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas também vê os germes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar.Para o Papa Francisco a atitude do proprietário é a da esperança fundada na certeza de que o mal não tem nem a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que a própria cizânia se pode tornar, ao fim, bom trigo. Mas também advertiu: Mas cuidado: A paciência evangélica não é indiferença ao mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Diante da cizânia presentes no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, e a alimentar a esperança com o apoio de uma fé inabalável na vitória finaldo bem, que é Deus.No dia da colheita final, disse ainda o Papa, o juiz será Jesus, aquele que semeou a boa semente e se tornou ele mesmo o "grão de trigo", que morreu e ressuscitou. E nós todos seremos julgados com a mesma medida com a qual teremos julgado os outros. E o Papa terminou invocando a Virgem Maria para que nos ajude a crescer na paciência, esperança e misericórdia.
Depois do Angelus o Papa manifestou uma vez mais profunda preocupação pela situação dos cristãos no Iraque e Médio Oriente em geral: Soube com preocupação as notícias que chegam das comunidades cristãs em Mosul (Iraque) e outras partes do Médio Oriente, onde eles viveramdesde o início do cristianismo, com os seus concidadãos, oferecendo um significativo contributo ao bem da sociedade. Hoje são perseguidos, os nossos irmãos, são mandados embora, devem deixar as suas casas sem ter a possibilidade de levar nada consigo. Asseguro a estas famílias e a estas pessoas a minha proximidade e a minha constante oração. Caríssimos irmãos e irmãs, tão perseguidos, eu sei quanto sofreis, eu sei que sois despidos de tudo, , estou convosco na fé naquele que venceu o mal. E a vós aqui na Praça, e a todos os que nos seguem … convido-vos a recordá-los na oração. Vos exorto também a perseverar na oração pelas situações de tensão e conflito que persistem em diversas partes do mundo, especialmente no Médio Oriente e na Ucrânia. Que o Deus da paz inspire em todos um autêntico desejo de diálogo e reconciliação. A violência não se vence com a violência. A violência vence-se com a paz!

Fonte: Radio Vaticano