sábado, 31 de janeiro de 2015

 


Infidelidade online: se for só virtual, não tem problema?

Secretive Couple with Smart Phones in Their Hands - Young adult couple has privacy problems with modern technology

Esta é uma das principais causas de divórcio em alguns países

O que começa como algo divertido e quase como uma brincadeira pode se transformar em uma situação de maior envergadura, como uma infidelidade matrimonial.
 
Isso é o que acontece nas relações que começam por meio dos bate-papos e redes sociais, mas... será algo inofensivo? Isso pode ser considerado infidelidade mesmo? Qual é o limite entre o virtual e o real?
 
Em alguns países, esta é uma das principais causas de divórcio. Os números mostram que cada vez mais pessoas caem nesse jogo, algumas de forma intencional, e outras que só buscam conversar com alguém, sem pensar que vão acabar envolvidas em um romance que pode colocar seu casamento em risco.
 
Quanto ao perfil, os especialistas apontam que são mulheres e homens (eles em maior proporção), a maioria casada e com filhos, com estudos de nível superior, com boa posição social e cultural.
 
"Estas pessoas conseguem ter longas listas de amigos em pouco tempo, com os quais troca mensagens diariamente, em alguns casos até fazendo ligações telefônicas. O problema surge quando esta pessoa começa a se apaixonar por algum dos seus amigos virtuais", explica Jesús Domingo, autor de temas de família e educação.
 
Em geral, a pessoa que tem uma relação online apresenta os mesmos sinais de quem é infiel na vida real; seu comportamento se torna estranho ou fora do acostumado, passa mais horas na frente do computador, esconde o celular, passa a noite em claro, pode se tornar agressivo com o cônjuge, demonstra desinteresse pelo
casamento etc.
 
O anonimato
 
O anonimato é um dos fatores de "sucesso" deste tipo de infidelidade, dado que há pessoas que jamais cometeriam estas faltas à luz do dia, mas, por trás do anonimato na internet, têm a possibilidade de fazê-lo.
 
"Estudos demonstram que o anonimato inicial oferece uma grande dose de segurança", acrescenta Jesús Domingo.
 
Os especialistas também enfatizam que um dos maiores perigos é que a relação virtual passe a ser também material, tornando a situação ainda mais delicada.
 
Um negócio muito lucrativo
 
Desde que a internet se tornou a plataforma por excelência das comunicações, foram criadas várias opções de conexão entre os internautas, entre as quais se encontram os chats, as redes sociais, os fóruns, entre outros.
 
Mas, em matéria de relações extraconjugais, existem os sites dedicados exclusivamente às pessoas que querem viver uma aventura, supostamente sem maiores complicações.
 
A infidelidade não é algo novo, mas a internet fez dela um negócio muito rentável, ao oferecer as ferramentas para que as pessoas sejam infiéis de forma rápida e sem deixar rastros, e conseguir que milhares de membros se unam à rede, obtendo lucros exorbitantes com a venda de assinaturas e de espaços publicitários.
 
O amor fiel
 
Com relação à fidelidade conjugal, o autor Luis Fernando Valdés afirma: "No fundo, dizer que a fidelidade conjugal não é possível equivale a não confiar no ser humano, nem em sua capacidade de superar as adversidades ou o egoísmo".
 
Por isso, o problema não é a internet, mas a falta de vontade, que é a raiz da maioria das situações de infidelidade. A razão ajuda o ser humano a decidir e dominar as emoções.
 
São estas duas – razão e vontade – o segredo para manter a firmeza do compromisso adquirido.
 
(Publicado originalmente por LaFamilia.info)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

 


O amor pode acabar?

 
Poll shows rise in belief that marriage is a religious institution Courtney Walker

Quanto tempo pode durar o amor no casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar?

 
Quanto tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até a pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos.

Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10.000 casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2.000 casais.

«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: “Até que a vida nos separe: a crise docasamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações que ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».

Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O
amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».

Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: «O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso». Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: «Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa».

Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.

Contudo, para os cristãos, sua realidade resplandece como o sol. Quem encontrou seu pleno significado foi o evangelista São João. Por que ele é o único dos apóstolos que, por mais vezes, se declara o “discípulo amado” por Jesus? A resposta é simples e… deslumbrante: porque foi ele quem escreveu a página mais comovedora da Bíblia e fez a descoberta mais revolucionária da história: «Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele» (1Jo 4,16).

Mas, o que é o amor? Eis a resposta de São João: «Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. O amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e nos enviou o seu Filho para nos libertar de nossos pecados» (1Jo 4,9-10).

Para São João, amar é dar o que de melhor existe no coração humano – sem dúvida, fruto do sacrifício – para que a pessoa que está ao lado tenha uma vida digna e plena. Assim como faz Deus, que oferece o que de mais precioso tem: seu filho Jesus. Amar é sair de si mesmo, é esvaziar-se de seus interesses para que o outro se liberte e se promova, em seu sentido mais verdadeiro e profundo. Por isso, o amor exige autodomínio e heroísmo, ao pedir que nos coloquemos diante de cada pessoa sem levar em conta as emoções, as mágoas, os apegos e os preconceitos que se aninham em nosso coração. Amar é tomar sempre a iniciativa: «Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho».

O amor humano, embora bonito, misterioso e arrebatador, não é suficiente para preencher o espírito humano. Se é indispensável para iniciar um casamento, é insuficiente para mantê-lo de pé a vida inteira: «O fato de sermos amados por Deus enche-nos de alegria.O amor humano encontra sua plenitude quando participa do amor divino, do amor de Jesus que se entrega solidariamente por nós em seu amor pleno até o fim» (Documento de Aparecida, 117).

O que pode acabar – às vezes, com uma rapidez tão espantosa que se transforma em seu contrário – é a emoção, o sentimento, a emotividade. Mas o amor verdadeiro nunca termina, simplesmente porque se identifica com Deus. Nessa simbiose divina, ele passa a ter a fisionomia de Deus: paciente e prestativo, humilde e perseverante, misericordioso e gratuito: «Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (Cf. 1Cor 13,4-7).

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Dom Redovino Rizzardo, cs

Bispo de Dourados – MS

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O que fazer quando os filhos de um grande amigo são má influência para os seus filhos?

Enfants avec un smartphone

Conversar abertamente é uma boa ideia? Como entrar neste assunto?

 
Pergunta de uma leitora:
Eu tenho uma grande amiga com quem gosto muito de me encontrar, mas temos estilos de maternidade muito diferentes. Ela permite que os filhos façam muitas coisas que eu não deixo os meus fazerem. Como posso manter essa amizade sem expor os meus filhos à influência do mau comportamento dos filhos dela? Eu deveria conversar com ela sobre esses comportamentos? Obrigada!

A colunista Zoe Romanowsky responde:
Um dos aspectos mais difíceis da paternidade e da maternidade é lidar com os outros pais e mães! Especialmente quando eles são amigos ou membros da família. Acontece que todos nós temos estilos diferentes de ser pais e mães, assim como optamos por diferentes tipos de limites, normas e ambientes domésticos. As nossas crianças também podem ser bem diferentes. Às vezes, aliás, até o mais exemplar dos pais pode ter filhos barulhentos, bagunceiros e capazes de testar qualquer reserva de paciência! Então, o que fazer?

Dependendo do grau de abertura da sua amiga e do tipo de relação de amizade que vocês mantêm, você pode abordar o assunto, sim, dizendo que gostaria muito de ouvir a opinião dela. Você pode perguntar a ela, por exemplo: “Amiga, você percebe algum comportamento preocupante nos meus filhos?”. E pergunte, nesse contexto, se ela gostaria que você também fizesse alguma observação a respeito dos filhos dela. Mas vá com cuidado: ela pode dizer que sim e achar que realmente quer ouvir a sua opinião, mas, depois, ficar ressentida quando você fizer as observações concretas (como você já deve ter notado, muitos pais não se dão conta do quanto são defensivos no tocante aos seus filhos).

Por outro lado, a sua amiga poderia gostar bastante dessa iniciativa, o que desencadearia mais e mais conversas sobre questões comportamentais importantes que envolvem as crianças de vocês duas. É questão de você tentar “sentir” a reação dela.

Se você não notar progressos e continuar achando que o problema persiste, o meu conselho seria programar momentos de convivência com a sua amiga sem levar as crianças junto. Vocês também podem manter mais contatos por telefone ou por mensagens de texto, o que significaria vê-la menos vezes pessoalmente, mas, em contrapartida, preservar melhor a amizade e não a transformar em frustração por causa das suas diferenças no jeito de educar os filhos.
Fonte: Aleteia

sábado, 17 de janeiro de 2015

A receita do Papa Francisco para fazer o amor durar

O segredo está em entender de que amor estamos falando e em usar três palavras mágicas na vida cotidiana do casal

tweet
 
Hoje em dia existe muito medo de tomar decisões definitivas, como a decasar-se, pois as pessoas consideram impossível manter o amor vivo ao longo dos anos. O Papa Francisco fala deste tema e nos convida a não nos deixarmos vencer pela "cultura do provisório", pois o amor que fundamenta uma família é um amor para sempre.
 
O que entendemos por "amor"?
 
Com a sabedoria e a simplicidade que o caracterizam, o Papa Franciscocomeça com um importante esclarecimento sobre o verdadeiro significado do amor, já que, diante do medo do "para sempre", muitos dizem: "Ficaremos juntos enquanto o amor durar".
 
Então, ele pergunta: "O que entendemos por 'amor'? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus."
 
"O matrimônio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos", acrescenta.
 
Três palavras mágicas para fazer o casamento durar
 
O Papa esclarece que o "para sempre" não é só questão de duração. "Um casamento não se realiza somente se ele dura, sua qualidade também é importante. Estar juntos e saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos."
 
E fala sobre a convivência matrimonial: "Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante (...) que tem regras que se podem resumir exatamente naquelas três palavras: 'posso?', 'obrigado' e 'desculpe'".
 
"'Posso?' é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. São Francisco dizia: 'A cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor'. E hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo amiúde violento e arrogante, faz falta muita cortesia."
 
"Obrigado': a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? (...) É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e aos dons de Deus diz-se 'obrigado'. Não é uma palavra amável para usar com os estranhos, para ser educados. É preciso saber dizer 'obrigado' para caminhar juntos."
 
"'Desculpe': na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos. Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: 'desculpe'. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã."
 
Finalmente, o Papa acrescenta, com bom humor: "Todos sabemos que não existe uma família perfeita, nem o marido ou a mulher perfeitos. Isso sem falar da sogra perfeita...".
 
E conclui: "Existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, o matrimônio durará, seguirá em frente."
Fonte: Aleteia