sexta-feira, 24 de julho de 2015

Papa Francisco: onde se encontra a verdadeira felicidade?


Papa responde ao fazer um comentário especial e marcante sobre as bem-aventuranças

Papa Francisco tomando mate
Em um recente discurso, o Papa Francisco explicou aos jovens onde está a verdadeira felicidade.

"A felicidade verdadeira, a felicidade que enche o coração não está nos trapos que vestimos, nos sapatos que calçamos, na etiqueta de determinada marca", disse aos jovens no dia 12 de julho, em sua passagem por Assunção (Paraguai).

Segundo Francisco, é Jesus quem nos diz que a felicidade não está na riqueza, no poder, no orgulho. Antes pelo contrário, mostra-nos que o caminho é outro. Jesus é o "Treinador diz aos seus jogadores":

"Bem-aventurados, felizes os pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que trabalham pela paz, os perseguidos por causa da justiça. E conclui dizendo: Alegrai-vos com tudo isto."

"Por que motivo? Porque Jesus não mente para nós. Mostra-nos um caminho que é vida, que é verdade. Ele mesmo é a grande prova disso. É o seu estilo, a sua maneira de viver a existência, a amizade, a relação com o seu Pai. E a isto nos convida: a sentirmo-nos filhos, filhos amados", disse o Papa.

"Jesus não te vende fumaça (...) Ele sabe que a verdadeira felicidade encontra-se em sermos sensíveis, em aprender a chorar com os que choram, em aproximar-se de quem está triste, em deixar chorar sobre o próprio ombro, dar um abraço. Quem não sabe chorar, não sabe rir e, consequentemente, não sabe viver."

"Jesus sabe que, neste mundo de tanta concorrência, inveja e agressividade, a verdadeira felicidade passa por aprender a ser pacientes, a respeitar os outros, a não condenar nem julgar ninguém. Quem se irrita já perdeu: diz o ditado. Não abandoneis o vosso coração à ira, ao rancor. Felizes os que têm misericórdia. Felizes os que sabem colocar-se no lugar de outro, os que têm a capacidade de abraçar, de perdoar. Todos experimentamos isto alguma vez."

"Todos, em determinados momentos, nos sentimos perdoados: como é bom! É como reaver a vida, ter uma nova oportunidade. Não há nada mais belo do que ter nova oportunidade. É como se a vida voltasse a começar. Por isso, felizes aqueles que são portadores de nova vida, de novas oportunidades. Felizes quantos trabalham para isso, aqueles que lutam para isso. Erros, todos cometemos; as equivocações, não têm conta. Por isso, felizes aqueles que são capazes de ajudar os outros a sair dos seus erros, das suas equivocações. São verdadeiros amigos e não deixam ninguém caído por terra. Estes são os puros de coração, aqueles que, conseguindo ver mais além da simples nódoa, superam as dificuldades. Felizes aqueles que se fixam especialmente na parte boa dos outros", completou Francisco.
Fonte: Radio Vaticano

terça-feira, 21 de julho de 2015

Por que Deus não me dá o que eu tanto lhe peço na oração?

A man praying over the cross © CHOATphotographer / Shutterstock​

Não podemos conceber Deus como um meio para obter o que desejamos, mas como um fim em si mesmo: Ele é a nossa verdadeira necessidade


Desde crianças, fomos ensinados a rezar a Deus, a pedir-lhe coisas, a suplicar-lhe que solucione tudo aquilo que está fora do nosso alcance – pelo menos foi assim que fizeram muitos pais que também foram, por sua vez, educados na fé e na oração.
 Alguns costumavam escrever uma carta ao "Menino Jesus" antes do Natal, por exemplo. Por meio dela, nos convidavam a pedir a Deus tudo o que queríamos como presente de Natal, e depois vinha a frustração, ao descobrir que aquela carta parecia não ter sido lida por Ele, já que acabávamos recebendo outras coisas, que não nos entusiasmavam muito. Desde então, começávamos a perceber que Deus nem sempre traz o que lhe pedimos, mas aquilo de que precisamos.

Já adultos, aprendemos do próprio Jesus: "Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe; quem busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á". E, mais uma vez, nós nos empenhamos, às vezes como crianças, em continuar elaborando uma lista das nossas necessidades para poder apresentar-lhe de vez em quando.
 O que nem sempre percebemos é o que Jesus diz mais à frente, quanto ao "pedir, buscar, bater", e é aí que muitas vezes nossas expectativas não são realizadas e ficamos frustrados: "Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem". Aqui está a resposta e o complemento com relação ao que significa pedir e buscar.
 Pois bem, suponhamos que, ao apresentar essa outra lista das nossas necessidades, o Senhor escute nossas súplicas (o que com certeza Ele sempre faz), e nos dê aquilo que lhe pedimos. O que aconteceria? O que é preciso fazer com aqueles dons obtidos da sua benevolência e da sua compaixão por nós?

É importante saber que nossa relação com o Senhor não pode depender nas necessidades temporais que temos, pois isso equivaleria a concebê-lo como uma loja de conveniência e não como nosso Pai, aquele que quer nossa salvação em Cristo.
O perigo de uma relação assim é acreditar, como os israelitas, que, ao possuir a Terra Prometida, o grande sonho do povo, já não seria preciso conservar a Aliança que tinham feito com Deus para sempre, e que a única coisa importante seria ter um lugar para morar, cultivar a terra e ver os filhos crescerem. Foi então que eles começaram a se perder, a desviar seu coração e a adorar tudo aquilo que não era Deus.
podemos achar que, ao obter de Deus aquilo que lhe pedimos, já se cumpriu o objetivo da nossa relação com Ele, porque, em sua sábia pedagogia, o Senhor nos recorda que a provisão sempre é escassa e o provedor é permanente. Não podemos conceber Deus como um meio para obter o que desejamos, mas como um fim em si mesmo.
 
Neste sentido, é muito provável que, como o povo de Israel, tendo recebido uma promessa do Senhor, esta possa se perder no caminho, não porque o Senhor a tira de nós, mas porque é importante redescobrir que, nem a terra, nem a promessa, nem a bênção, nem a vida longa têm razão de ser quando nos afastamos do seu amor, que é a única realidade verdadeiramente importante.
 A Bíblia nos ensina, de muitas maneiras, que foi no exílio, na perda daquilo que tanto amavam, que os israelitas, ajudados pelos profetas, redescobriram a necessidade de voltar à Aliança, de voltar ao amor primeiro, de voltar a Deus.

 Quando transformamos o importante em indispensável e o indispensável em acessório, então o Senhor toca nossa hierarquia de valores, por meio de crises purificadoras, que nos ajudam a reconsiderar o estilo de vida que levamos.
 Por isso, ao perder o que avidamente pedimos a Deus na oração, mais do que pensar no valor da perda, podemos pensar em sua causa. O que era realmente importante para nós: o provedor ou a provisão? A bênção de Deus ou o Deus da bênção? Porque não se pode obter uma coisa sem desejar a outra. Quem quiser as bênçãos de Deus, antes precisa querer o próprio Deus, pelo valor que Ele tem na nossa vida.
 
Tudo aquilo que se teve e se perdeu precisa ser avaliado partindo desta ótica, pois provavelmente a luz irradiada pela beleza de muitas coisas nos cegou, fazendo-nos perder de vista a beleza de Deus. Buscando Deus nas criaturas, não podemos nos deter na beleza das criaturas; é preciso transcender, ir além do evidente e experimentar a beleza daquele que torna tudo belo.
 Não deixe que sua relação com o Senhor dependa das necessidades do seu coração; não o conceba como uma máquina de refrigerantes, na qual você insere uma moeda (um Pai-Nosso, por exemplo) e imediatamente receberá o que você esperava. Não busque somente as coisas do Senhor, mas o Senhor das coisas.
Fonte: Aleteia

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Por que a Missa é tão chata?

Para entender a Eucaristia, é preciso conhecer Jesus, pois com Ele todas as coisas adquirem compreensão, sentido, valor e beleza

Mass with a Lady who is not looking at the priest

Esta é uma pergunta que os paroquianos costumam fazer aos padres. A grande batalha interior daqueles que descobrem, de alguma maneira, a necessidade de manter com o Senhor uma relação de amor e de culto é precisamente tentar entender algo que, às vezes, por falta de formação, não compreendem, como é o caso da Missa.
 
Participar de algo que parece monótono e repetitivo com fidelidade, ou por "mandato divino", mas que costuma ser mais forte que sua própria rotina interior, não é fácil para estas pessoas – que acabam em geral aderindo a seitas evangélicas, onde fazem da pregação e do culto a Deus um espetáculo, quase circense.
 
Para entender a Eucaristia, é preciso conhecer Cristo. Nele, todas as coisas adquirem compreensão, sentido, valor e beleza. É muito difícil que alguém que não tenha uma relação pessoal com Jesuspossa chegar a desfrutar do imenso valor da Eucaristia, que não é senão o sacrifício renovado de Cristo, quem se entrega com sua Palavra, seu Corpo e seu Sangue.
 
Para entender e viver a Eucaristia, é importante dar alguns passos. O primeiro deles é o contato permanente com a Bíblia: participe de algum grupo de oração, um grupo bíblico, de reuniões, buscando viver a fé comunitariamente, pois a Eucaristia é vivência de comunidade.
 
Assim, você começará a conhecer o Senhor e o que Ele espera de nós. Centre sua vida em Cristo, pois Ele ajuda a dar sentido a tudo. Nele, todas as coisas são compreendidas e vividas de maneira diferente. Ninguém pode fazer isso por ninguém, porque a relação com Deus é sempre personalizada, levada ao âmbito comunitário. Ou você faz isso com disciplina e perseverança, ou ninguém o fará por você.
 
Disciplina e perseverança: estas são as palavras-chaves da vida espiritual. Que nossa espiritualidade não dependa dos estados emocionais, da vontade, do humor. A vida espiritual seria muito pendular dessa maneira.
 
Muitas vezes, a oração, a leitura da Palavra e a celebração daEucaristia são como comer sem vontade: nem sempre se come por fome, mas por necessidade. Quando chega o momento de desfrutar, desfrutemos; e quando for preciso fazê-lo pelo nosso bem-estar, façamos, ainda que não desfrutemos tanto.
                                                       
Precisamos orar assim como precisamos comer. Não podemos permitir que o desânimo, o tédio ou a incompreensão nos arrastem ao abismo da mediocridade ou da frieza espiritual. Estas são as armas do inimigo, que usa estes sentimentos negativos para nos afastar de Deus. Ele não precisa se apresentar, como muitos imaginam, com chifres e no meio de chamas para nos conquistar. Seu trabalho é mais sutil, imperceptível e calado.
 
Se não vou à Missa porque a considero chata, se não me confesso porque o padre é mais pecador que eu, se não oro porque não me concentro, se não leio a Palavra de Deus porque não a compreendo, se não me reúno com ninguém porque todos me parecem hipócritas... o inimigo ganha a batalha.
 
Em outras palavras, estamos perdendo a guerra sem nem ter lutado, porque nos declaramos derrotados antes de começar a combater. Sabemos que o inimigo contra quem lutamos é forte, mas ele começa a trabalhar em nosso interior, de maneira sutil, difícil de captar, fazendo-nos dizer: "não estou com vontade". Ele adora esta frase e ri quando a pronunciamos, e mais ainda quando dizemos "não posso", "não vou me confessar", "não preciso da Missa para acreditar em Deus": é aí que ele se sente vencedor.
 
Mas, assim como conhecemos a força poderosa do Maligno, devemos aprender que existe Alguém mais poderoso que ele, que o venceu na cruz, que é temido por ele, alguém de quem ele foge, diante de quem ele se ajoelha, não para adorá-lo, mas por medo covarde. Como afirma São Paulo, em Jesus somos mais que vencedores.
 
Toda essa rotina, monotonia e confusão são vencidas no amor e na adoração ao nosso Salvador. Só em Jesus se pode entender e dar sentido a tudo. Sem conhecer Jesus e sem amá-lo, a Eucaristia sempre será chata.
Fonte: Aleteia

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Como seria viver sem reclamar de tudo?


Boring Unoriginal but Extremely Important New Years Resolutions Jeff Hill

Podemos mudar essa nossa atitude negativa, que causa tanto dano a nós mesmos e aos que nos cercam


Basta nos observarmos durante um dia comum para perceber que, muitas vezes, reclamamos do calor, do frio, da insegurança, do congestionamento, dos políticos, da situação econômica, dos problemas de saúde, do casamento, de quase tudo.
 
No entanto, as queixas e lamentos não ajudam em nada: ao contrário, podem fazer que nos sintamos piores. Como transformar esta atitude negativa em uma atitude positiva?
 
Muitas vezes, pensamos e transmitimos incansavelmente os aspectos negativos dos acontecimentos, das pessoas, das circunstâncias. Transformamos tudo em tragédia. O que desconhecemos é que a atitude negativa piora ainda mais o panorama, aumenta os problemas e esconde as soluções ou os aspectos favoráveis de cada situação.
 
Além disso, este tipo de atitude leva a um estado mental hostil, que se alimenta cada vez que a pessoa reclama, julga e critica. Isso faz que as pessoas se tornem mais vulneráveis a doenças e conflitos.
 
Acontece todo o contrário quando há uma atitude positiva, já que esta proporciona fortaleza e transforma as dificuldades em fontes de aprendizagem.
 
"Mude a forma de ver as coisas, e as coisas mudarão de forma."
 
Optar pelo positivo deve ser uma escolha que marque nosso estilo de vida, ou seja, nosso pensar e nosso agir devem estar buscando sempre o lado positivo das coisas. Ao enfrentar a vida dessa maneira, deixamos de lado as emoções que intoxicam o corpo e a alma, e tudo se transforma em ensinamento. E isso nos dá as bases para ser felizes.
 
Decálogo do espírito positivo*
 
1. O espírito positivo é uma mistura de serenidade interior, otimismo, rostos amáveis e bom humor. Cultive estas quatro plantas.
 
2. Tenha olhos para o positivo, não se detenha unicamente no negativo. Elimine o pessimismo e o derrotismo, considerando os aspectos positivos da realidade.
 
3. Não permita que a conduta seja resultado do seu estado emocional: quando não se sentir bem, sorria; quando as coisas não derem certo, ria.
 
4. Estar sempre alegre é o melhor presente que pode ser dado aos demais: sorria e olhe com carinho.
 
5. A linguagem anima ou desanima. Por isso, não fale de coisas negativas (críticas, reclamações, lamentos), nem sequer com o objetivo de motivar os outros.
 
6. Faça da confiança um eixo da sua vida. O espírito positivo é o resultado de confiar em si mesmo, nos outros e em Deus.
 
7. Veja a realidade presente com "olhos de futuro"; assim, terá serenidade.
 
8. Não se leve muito a sério. Não considere os defeitos dos outros como ofensas pessoais. Não transforme detalhes em tragédias. Assim, você viverá alegre.
 
9. Prefira conviver com pessoas alegres e serenas.
 
10. Tenha os pés na terra e o coração em um sonho. O entusiasmo é o estado emocional resultante dessa visão de esperança na vida. Por isso, busque desafios.
* Do livro "Trabalhar bem, viver melhor", de Regino Navarro Ribera, diretor-geral de LaFamilia.info
Fonte: aleteia

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Ninguém vai a Jesus se não for atraído pelo Pai


Jesus perguntou aos apóstolos: "Quereis vós também retirar-vos?". Esta pergunta é para nós hoje.

Máscara

NINGUÉM VAI A JESUS SE NÃO FOR ATRAÍDO PELO PAI 
Gilberto Brito Passos

O capítulo 6 do evangelho de João começa dizendo que "grande multidão seguia Jesus, porque via os sinais que ele operava sobre os enfermos" (Jo 6,2). A frase de Jesus é muito importante para aqueles que pensam que, para serem da Igreja, basta estarem na igreja, quando, na verdade, para Cristo não importa a quantidade de seguidores que uma igreja possa ter: inclusive recordo recentes matérias de jornais que indicavam a redução do número de católicos e o aumento de ateus e protestantes das diversas denominações no Brasil. No entanto, após Jesus dizer que "ninguém pode vir a mim se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65), aconteceu que, "desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele" (Jo 6,66). E o que Jesus fez? Se retratou? Não! Ao contrário, voltou-se para os doze e disse: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67).
 
Esta pergunta é para nós hoje.
 
O mundo tem passado por muitas transformações e a religião também. Muitos pensam que, para fazer parte da Igreja, precisam "aceitar Jesus" e pronto: já estão salvos, eleitos e santos – mais do que os outros! Engano. Repito a frase de Jesus: "Ninguém pode vir a mim se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). O número de cristãos no Brasil, embora lentamente, está em decadência. É verdade que nossas comunidades religiosas por vezes fazem coisas que afastam as pessoas de Jesus. Mas Jesus pergunta a nós que ainda estamos: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). E a pergunta de Jesus é muito importante, pois a quantidade de pessoas que se dizem cristãs e não são cristãs é imensa! Nossa Igreja precisa de mais cristãos que saiam do seu comodismo e decidam evangelizar! E evangelizar é ir até o povo em vez de ficar na igreja esperando o povo vir, como faziam os mestres da lei.
 
"Através de alguma fresta, entrou a fumaça de Satanás no templo de Deus". A frase citada é do papa Paulo VI. Ela nos diz como satanás se infiltra na Igreja: através dos membros que, na verdade, não são membros: são joio no meio do trigo. Trigo e joio, muito parecidos! Trigo plantado pelo agricultor, joio pelo inimigo. Que fazer, então? Arrancar o joio? Não. Pode acontecer que, sem querer, se arranque o trigo. Aguardemos os frutos e saberemos o que é trigo e o que é joio, pois é pelos frutos que se sabe se uma árvore é boa ou ruim, da mesma forma que, pelas ações, sabemos quando uma pessoa é boa ou ruim. "Ninguém pode vir a mim se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). Esta frase relembra outra passagem de Jesus, que diz: "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi" (Jo 15,16a). Pois bem, irmãos, temos em nossa comunidade muitos membros que não são Igreja e que se comportam como inimigos da Cruz de Cristo. São a "fumaça de satanás" na comunidade cristã.
 
O evangelho nos fala da correção fraterna que devemos fazer a estes irmãos: "em particular, com uma ou duas testemunhas e com a comunidade"; e se, mesmo assim, o irmão corrigido não ouvir, "trata-o como pecador público" (cf. Mt 18,17b). Se alguém acha que é membro da Igreja por opção, engana-se! Jesus é bem claro: "Ninguém pode vir a mim se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). O resto é conversa fiada. Fica o alerta para todos os cristãos e a pergunta de Jesus: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67).
Fonte: Aleteia

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O dia em que o Papa apanhou

Papa Francisco narra a "divertida" experiência de ter levado umas palmadas da sua mãe e aproveita para fazer uma profunda reflexão

partido interreligioso

Papa Francisco respondeu às diversas críticas que recebeu há alguns dias por referir-se ao castigo das crianças no processo educativo e assinalou a contradição que se vive em países que proíbem toda forma de castigo às crianças, mas permitem o aborto.

Em sua última entrevista concedida a um jornal argentino, o Santo Padre declarou: "É verdade, hoje em dia as maneiras de castigar as crianças mudaram, pois são mais sensíveis. Naquela época davam dois ‘tapas na cara’ e pronto. Sempre digo: 'Nunca dê um ‘tapa na cara’ de uma criança porque o rosto é sagrado, mas duas ou três palmadinhas no ‘bumbum’ não faz mal'. Mencionei isso numa audiência uma vez e alguns países me criticaram. São países que têm rigorosas leis de proteção aos menores... O Papa não pode dizer isso”.

“Mas curiosamente esses países, que até punem o pai ou a mãe que dá umas ‘palmadas’ no menor, possuem leis que permitem matar as crianças antes do seu nascimento. Essas são as contradições que vivemos atualmente".

O Papa Francisco fez estas afirmações fazendo referência a um episódio no qual recebeu uma importante lição de sua mãe quando era criança. “Eu era pré-adolescente, tinha 10 ou 11 anos, eu disse um palavrão e quando saímos ao recreio e a professora me disse: ‘Isso não se faz, chamarei a sua mãe amanhã ao colégio’”.

“Minha mãe foi ao colégio no dia seguinte, conversaram entre elas e depois me chamaram. Minha mãe diante da professora me explicou com muita delicadeza que o que eu tinha feito era algo mau, que não deveria ter feito isso pois seu trabalho é ensinar-me, então me disse para pedir perdão à professora. Eu lhe pedi desculpas, me deu um beijo e voltei para a sala de aula. Depois fiquei contente porque pensei: ‘a história terminou bem’. “Mas isso era somente o primeiro capítulo! Quando voltei para minha casa, começou o segundo capítulo… E então vocês podem imaginar o que aconteceu”, brincou o Santo Padre.
Fonte: Aleteia

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Não troco a minha fé por outra fé

Intercessão dos santos

Quatro questionamentos frequentes sobre a fé católica e as respostas que a Bíblia oferece


NÃO TROCO A MINHA FÉ POR OUTRA FÉ
Bruno Salles de Oliveira 

Sempre, em minha caminhada de Igreja, ouvi questionamentos sobre certas práticas da Igreja Católica, tanto de católicos em dúvidas quanto de alguns evangélicos mal informados ou talvez mal formados (e que buscam comunidades pentecostais onde qualquer formação é deixada de lado). Para ser breve, apresento algumas dessas questões:

- “Por que os católicos têm imagens se a Bíblia as proíbe?”
- “Por que a Igreja Católica usa incenso? Isso não é coisa de bruxaria?”
- “Por que acreditar na ação dos santos?”
- “Por que dizer que Maria é virgem se a Bíblia fala dos irmãos de Jesus?”

Há mais perguntas, mas vamos a estas que já preenchem matéria para mais de uma página.

Sobre as imagens é interessante que há passagens que proíbem a fabricação de ídolos, mas, depois, na construção do templo que Davi desejou construir (e que seu filho Salomão teve o privilégio de concretizar), há orientações bem claras sobre imagens de querubins sobre a arca e estátuas de bois para servir de apoio à bacia usada nos ritos de purificação. Havia imagens no templo, mas ninguém as adorava só por estarem ali. Nenhum judeu cometeu idolatria só porque entrou num templo com imagens de ouro e bronze. Além disso, temos outros episódios emblemáticos, como o da serpente de bronze incrustada em um poste (Números 21,8). Deixo a seguir várias citações bíblicas para que cada um verifique e as guarde para dar respostas a muitos que as desconhecem: proibição das imagens – Êxodo 20, 4; Deuteronômio 5, 8-10; aprovação das imagens – 1Reis 6, 23-29; Êxodo 26, 31-33; Êxodo 25, 18-22; 1Samuel 4, 4; 2Samuel 6, 2; Salmo 98, 1; Êxodo 25, 40.

Sobre o incenso, não vou dar uma passagem, mas um livro inteiro! Leiam o livro do Apocalipse e vejam quantas vezes São João Evangelista fala de turíbulos de ouro e incenso queimando dentro desses turíbulos. E tudo isso acontecendo no Céu, diante de Deus! Com certeza, Deus não é bruxo! Por isso é tão ridículo que algumas crenças questionem o uso do incenso na liturgia católica.

Sobre os santos, há várias passagens bíblicas que falam deles sob o altar de Deus, rogando pelos justos. Algumas delas no Apocalipse: 5,8; 6,9-10, 8,3-4. Não tenham dúvida: só há um intercessor no sentido de conceder-nos a Salvação: Jesus Cristo. Mas cada santo da Corte Celeste pode e roga a Nosso Senhor Jesus por nós. Eles não fazem milagres; Nossa Senhora não faz milagres; mas, por intercessão dela e dos santos diante de Deus, recebemos inúmeros benefícios vindos de Nosso Senhor. Sabemos que Jesus canonizou o primeiro santo da Igreja Católica, o bom ladrão, conhecido como São Dimas. Jesus garantiu a ele a Graça do Céu ainda na cruz (Lucas 23,39-43). Ninguém morre e fica dormindo à espera do Juízo Final: cada qual tem seu juízo particular na hora da morte (Hebreus 9,27); quem está no Céu, como o bom ladrão, já está contemplando o Senhor e rogando por nós.

Por fim, quanto aos irmãos de Jesus e a virgindade de Maria:muitos, muitos mesmo, ficam presos ao versículo da Bíblia que fala dos “irmãos de Jesus” (Mateus 12,46). Então quer dizer que todos aqueles a quem São Paulo, em suas cartas, trata por irmãos, e olha que era muita gente, eram literalmente irmãos dele? Claro que não! São João Evangelista, em suas cartas, chama aos cristãos de filhinhos; mas nem por isso todos os que liam as suas cartas eram seus filhos. Os estudos e tradições, aliás, chegaram à conclusão de que João nem mesmo se casou, quanto mais ter gerado filhos. E Nossa Senhora não foi uma mulher comum da Palestina. Setecentos anos antes de seu nascimento, o Espírito Santo, já anunciava, pela boca do profeta Isaías (Isaías 7,14), a vinda do Messias no ventre de uma jovem (em hebraico almah, que quer dizer virgem). O arcanjo Gabriel, na Anunciação, a reconheceu cheia de graça (Lucas 1,28). Além disso, à época de Nosso Senhor Jesus, era comum que parentes próximos, como primos primeiros, se tratassem por irmãos. Ou ainda, São José poderia ser viúvo, conforme afirmam alguns estudiosos da Bíblia, e ter filhos do primeiro casamento, que seriam, portanto, chamados de irmãos de Jesus.

Levando todas estas informações em consideração, fica mais clara a importância de estudar e conhecer a nossa Santa Religião e saber dar razões da nossa fé.

Espero que cada um possa afirmar como na música do Padre Zezinho: “Não troco a minha fé por outra fé".
FONTE: ALETEIA

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Como você enxerga os outros?


Um texto especial para quem busca se conhecer melhor



Woman looking into shattered mirror nervously_
Escolha cinco pessoas que conheçam alguém em comum e, então, pergunte sobre ela. Teremos cinco respostas diferentes. Uma a vê como engraçada e generosa, enquanto outra, irresponsável e imatura. Quem está certo?

Um dos caminhos para o autoconhecimento é a consciência de que a nossa percepção dos outros não tem nada a ver com eles, mas tudo a ver com a gente. Nossa percepção sobre outras pessoas é composta com base em nossa própria relação e com nossos traços de personalidade. O ego, temendo chamar muita atenção, tende a procurar algo ou alguém externo para "culpar" quando, na verdade, está apenas enxergando seu próprio reflexo em outras pessoas.

Supondo que uma pessoa nunca tenha sentido inveja, como ela identificaria esse sentimento em outras pessoas? Só reconhecemos em alguém aquilo que estamos sentindo ou já sentimos. Ao perceber que nossas opiniões e julgamentos sobre alguém são reflexos do nosso próprio ego e, portanto, atitudes inúteis, nos tornamos capazes de usar qualquer reação que tivermos com relação aos outros como janelas para nós mesmos e, especialmente, para uma parte de nós que precisa de atenção.

O que nos desagrada em outras pessoas é, na maioria das vezes, apenas isso: uma parte de nós mesmos que precisa de cuidados. Se já tivéssemos "resolvido" uma questão em particular, seu reflexo nos outros não seria tão ofensivo. Porém, cada reação a outras pessoas pode nos ajudar a construir uma autêntica relação conosco mesmos. Se prestarmos atenção a quem, ou ao que nos provoca fortes reações emocionais, podemos aprender alguma coisa.

Reações negativas indicam uma de duas coisas:

- Ou que estamos presos a uma ideia sobre como as coisas, ou pessoas, deveriam ser;  que estamos tentando forçar alguém a se comportar de uma certa forma, mesmo sabendo que ninguém é obrigado a isso. Assim, enquanto reforçamos nossas expectativas ao invés de aceitar as coisas como realmente são, criamos uma resistência ao momento atual, ao agora.

- Ou então que há uma parte de nós que não está do jeito que gostaríamos, por isso nos deparamos com ela através dos outros como um aviso de que algo precisa de atenção. Segundo Jung, "quando uma questão interna não chega à consciência, se manifesta exteriormente como destino".

Podemos acreditar que somos vítimas das circunstâncias, ou que a vida é apenas algo aleatório do qual fazemos parte, mas esquecemos que o nosso próprio subconsciente está tentando se comunicar através dessas circunstâncias externas e pessoas que conhecemos. Quando começamos a nos reconhecer nesses detalhes, (re)descobrimos partes do nosso "lado negro" — aquele que o ego tenta esconder dos outros e, muitas vezes, até de nós mesmos. O processo de identificar e entender os porquês do "lado negro" é o que nos ajuda a tratar essas questões internas.

Ser completamente honesto conosco mesmos é essencial para cuidar, de verdade, dessa parte em nós que estamos condicionados a esconder. Quando sentir raiva, assuma e se permita sentir; quando sentir medo, reconheça e tenha consciência dele. Isso não significa que precisamos nos julgar bons ou maus por sentirmos tais coisas, apenas que já temos lucidez e, portanto, podemos cuidar dessa parte em nós (as que precisam de atenção) com amor incondicional.

Mesmo que pareça cansativo estar sempre se enxergando como "problema" e apontando o dedo pra si mesmo (principalmente quando a vontade de culpar os outros é muito maior), essa é uma das atitudes mais libertadoras que podemos tomar. Quando nos enxergamos como "problema", também nos tornamos a solução.

Se a nossa própria percepção e relação conosco mesmos é o que nos faz enxergar defeitos nos outros, então temos todo o poder para transformar a situação se cuidarmos dessas partes em nós que estão identificando e refletindo tais defeitos no "outro".

Quando começamos a nos reconhecer em todos aqueles que conhecemos, aprendemos a estabelecer uma relação honesta e autêntica conosco mesmos. Através da honestidade, cultivamos nossa própria lucidez e acabamos nos tornando mais calmos, confiantes e capazes de aceitar todas as partes que nos compõem.

À medida que alimentamos essa relação com amor e compreensão, não só começamos a enxergar esses mesmos sentimentos em outras pessoas, como também percebemos que certas coisas ou pessoas, que antes nos despertavam reações negativas, passam a ser encaradas com empatia e compaixão. Nós transformamos e curamos, literalmente, nossa relação com os outros ao cuidarmos da relação que temos conosco mesmos.
Fonte: Aleteia