segunda-feira, 31 de agosto de 2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A vocação do leigo na Igreja

No mês das vocações se fala muito de padres, freiras, mas... e os leigos?

Bergoglio with young_

No mês das vocações, destacamos a vocação dos cristãos leigos e leigas. São todos os membros da Igreja que vivem sua fé e sua consagração batismal nas condições ordinárias da vida: na família, nas profissões, no mundo da cultura ou exercendo responsabilidades sociais. É esse imenso povo de Deus presente em todo o tecido social, permeando-o com o sal e fermento do Evangelho e irradiando sobre as realidades deste mundo a luz de Cristo, que ilumina sua própria vida.

Com frequência, somos levados a considerar como “cristãos leigos” apenas aqueles que realizam atividades pastorais no ambiente eclesial propriamente dito. Certamente, a sua participação na vida da Igreja, naquilo que lhe compete, é de suma importância e a Igreja agradece a sua colaboração generosa nas diversas responsabilidades das comunidades eclesiais, como a catequese, a animação litúrgica ou as muitas formas de ação pastoral e administrativa. No entanto, nem todos os fiéis leigos poderiam estar empenhados em alguma pastoral.

De fato, porém, a vocação primordial dos fiéis leigos é testemunhar a novidade do Reino de Deus no “mundo secular” (cf LG 31), lá onde a Igreja não está presente de forma institucional. Trata-se de um vastíssimo e desafiador campo para a ação missionária da Igreja, a ser atingido sobretudo através dos leigos. A vida na comunidade eclesial, as celebrações litúrgicas e as organizações eclesiais são momentos e espaços necessários para o cultivo e a alimentação da fé, para o suporte e o preparo para a ação no mundo; toda a vida do cristão leva à Eucaristia e, dela, tira sua força toda a fecundidade para a vivência apostólica diária.

O mesmo poderia ser dito da Palavra de Deus: dela parte todo impulso para a missão e, ao mesmo tempo, toda ação cristã no mundo requer constante retorno à Palavra de Deus para iluminar, discernir, encorajar e sustentar a vivência da fé. Mas a vida cristã não se restringe a esses momentos e espaços.

Na solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu, apareceu mais de uma vez a menção do simbolismo bonito da “arca de Deus”, introduzida na cidade santa (1Cr 15; Sl 131/132). A arca continha as tábuas da Lei de Deus e lembrava sempre a Aliança de Deus com seu povo no sopé do Sinai: “se guardardes as minhas palavras, minhas leis e mandamentos (…), eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo”.

Depois de edificar a cidadela de Sião (Jerusalém), Davi introduziu nela a arca para simbolizar a permanente presença salvadora de Deus com seu povo (cf 1Cr 15). E a observância da suprema Lei era sinal de fidelidade do povo ao seu compromisso para com Deus: “Faremos tudo o que o Senhor nos ordenar”. Ao mesmo tempo, esta fidelidade a Deus ordenava o convívio social e assegurava a paz.

 A imagem da arca é aplicada a Maria, que nos trouxe o Salvador e supremo revelador da vontade de Deus. Bonito é o Evangelho da visita de Maria à sua prima Isabel (cf Lc 1,39-56); ela é a arca da Aliança introduzida na casa de Zacarias e Isabel; a casa fica cheia de Deus! Elevada ao céu, Maria é a arca de Deus introduzida solenemente na “cidade santa”, a Jerusalém celeste e definitiva, anúncio e sinal da plenitude da redenção,quando também a morte será vencida (cf Ap 11,19; 12,10).

A imagem da arca também se aplica à Igreja que, à imagem de Maria, e tem a missão de ser o sinal da perene presença e ação salvadora de Deus no meio dos homens. A comunidade cristã, Igreja viva, e cada um de seus membros, deve irradiar o reino de Deus no mundo; pela ação missionária da Igreja, a cidade dos homens, edifica-se em cidade de Deus, até que chegue o grande “dia do Senhor”. Esta missão cabe, de maneira especial, aos cristãos leigos e leigas, que estão em contato direto com as “realidades terrestres” e atuam no “mundo secular”.

O Concílio indica que é lá que os leigos são chamados por Deus “para que, exercendo seu próprio ofício guiados pelo espírito evangélico, como o fermento na massa, de dentro contribuam para santificar o mundo. E assim manifestem Cristo aos outros, especialmente pelo testemunho de sua vida resplandecente de fé, esperança e caridade” (LG 31). Vocação bonita e missão grandiosa, para cuja realização podem contar com a fidelidade de Cristo Salvador, que os envia: “eu estarei sempre convosco, até o fim dos tempos” (Mt28,20).
Fonte: Aleteia

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Cometi um grande erro. E agora?

Gente que erra, mas não é um erro

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Somos frutos de nossas escolhas, e como nos diz a Palavra de Deus, “o que alguém tiver semeado, é isso que vai colher!” (Gl 6.7) Logo, a única forma de colher um final feliz é semeando boas escolhas. Não há outra forma.

As pessoas podem até achar que você não tem mais jeito, que é um caso perdido, um atraso na vida de todos. Porém, cabe a você acreditar no que dizem a seu respeito ou ter a coragem de se levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima e provar para si mesmo que você nasceu para ser feliz, que é muito mais do que os olhos podem ver. Você pode assumir o papel de ator principal ou de coadjuvante da sua própria história de vida. A escolha é sua!

Somos frutos de nossas escolhas, mas dependemos completamente da graça de Deus. Na verdade, escolher certo é optar por aquilo que Ele escolheria para nossa vida. Mas, assim, onde entraria aquele famoso “livre-arbítrio” de que tanto falamos se só escolhêssemos as escolhas de Deus?

Primeiro, precisamos entender o que é liberdade e para que ela existe. Para esclarecer essa dúvida, vamos pedir um “help” ao Catecismo Jovem da Igreja Católica, o “YouCat”,  um item que não pode faltar na nossa mochila. Vejamos o que ele diz: “A liberdade é a possibilidade, concedida por Deus, de poder agir totalmente por si próprio; quem é livre não age por determinação alheia. Deus nos criou como pessoas livres e quer a nossa liberdade para podermos optar, de todo coração, pelo bem, pelo mais alto bem, ou seja, por Deus. Quanto mais praticarmos o bem, mais livres nos tornaremos". [286]

Tudo bem! Mas você pode estar se perguntando: “Liberdade não consiste, precisamente, em poder escolher o mal?". O YouCat também nos ajuda nessa dúvida. “O mal só aparentemente é vantajoso, pois optar por ele só nos liberta aparentemente. O mal não dá felicidade; ele furta-nos do verdadeiro bem; liga-nos ao nada e, por fim, destrói toda nossa felicidade. Conseguimos ver essa realidade no vício: nele o ser humano vende a sua liberdade a algo que lhe parece bom. Na verdade, porém, ele torna-se um escravo. Uma pessoa é livre quando diz ‘sim’ ao bem, quando nenhum vício, pressão ou hábito a impede de escolher e praticar o que é correto e bom. A opção pelo bem é sempre uma opção por Deus”. [287]

Em outras palavras, liberdade não é fazer tudo que se quer, mas fazer o que convém. Portanto, somos livres para escolher o que quisermos, inclusive, para fazer as escolhas de Deus.

Felicidade é fruto de constantes boas escolhas. Para alcançá-la será preciso muita luta, muito suor e muito trabalho. Como você reage às quedas que sofre na vida? Como lida com seus fracassos e suas frustrações? Sem dúvida, procurar as respostas para essas perguntas tira-nos o sono e a paciência, não é?

Infelizmente, não existe uma lâmpada mágica, à qual só é preciso esfregar, fazer um pedido e pronto! Tudo resolvido! É vida real, meu amigo, não há mágica, o que existe é atitude. É preciso tomar a decisão de não parar no erro e mudar a situação.

O ‘X’ da questão está em aprender a administrar bem os problemas, não permitir, em hipótese nenhuma, que o contrário aconteça. Se você não dominar seus problemas, eles dominarão você. E eu nem preciso dizer onde isso vai parar.
Fonte: Aleteia

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Lição de otimismo

Tudo pode depender da sua atitude diante da vida

Senior woman looking at mirror and putting her scarf © JPC-PROD / Shutterstock

Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia, olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.

- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.

Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça...

- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.

Assim ela fez e teve um dia magnífico.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.

- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.

Assim ela fez e teve um dia divertido.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.

- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO!

Seja mais humano e agradável com as pessoas.
Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.
Viva com simplicidade.
Ame generosamente.
Cuide-se intensamente.
Fale com gentileza.
E, principalmente, não reclame!!!
Preocupe-se em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem!
E deixe o restante com Deus. 
Às vezes reclamamos tanto, quando na verdade deveríamos agradecer!

O que é de fato significativo?

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão, significa que... está em casa!

A desordem que tenho que limpar depois de uma festa, significa que... estivemos rodeados de familiares e amigos!

As roupas que estão apertadas, significam que... tenho mais do que o suficiente para comer!

O trabalho que tenho em limpar a casa, significa que... tenho uma casa!

As queixas que escuto acerca do governo, significam que... tenho liberdade de expressão!

Não encontro estacionamento, significa que... tenho carro!

Os gritos das crianças, significam que.... posso ouvir!

O cansaço no final do dia, significa que... tenho saúde e posso trabalhar!

O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que... estou vivo! 

Mude o seu jeito de ver as coisas e seja mais feliz !!! 

Agradeça pelo que você tem.
Fonte: Aleteia

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Você ainda justifica seu fracasso dizendo que “o amor acabou”?

Não coloque a culpa no “amor”: o amor somos nós!

divorcés

Voltei a ler as cartas que minha esposa conserva desde o início do nosso relacionamento. Estas cartas são um testemunho de que ainda me faltava a decisão de envolver-me total e pessoalmente no nosso amor. Nelas, redescubro o vai-e-vem afetivo de um aprendiz de escritor e poeta, em frases de intensos sentimentos com um estilo nada original. Quanto aprendi desde então!

Leio a primeira que lhe escrevi, logo que nos conhecemos, e ela começa com a típica frase: “A vida nos fez coincidir!”, para depois fazer uma descrição dos meus sentimentos, com as que eu considerava belas e emotivas palavras, que seduziam, cantavam, dançavam... capazes de conquistar o espírito de qualquer mulher que as lesse.

Depois, encontrei outra carta, que lhe escrevi depois de um momento ruim; nela, eu assumia como fato uma definitiva separação. Comecei-a com a frase lapidária: “A vida nos separou”, e sabia que a dirigia a alguém que me amava.

Depois, acrescentava uma lista de frases que convidavam à resignação, ao consolo e ao esquecimento, desculpando-a e desculpando-me; referindo-me ao amor como algo que havia chegado de fora, de alguma misteriosa galáxia do universo, um ataque que deveria ser atribuído ao Cupido, a algo ou a alguém alheio que havia se apoderado de nós, submetendo-nos a emoções, sentimentos, desejos, anseios, dores e frustrações.

Felizmente, chegou o momento no qual compreendi que o amor não é um terceiro ao qual atribuí-lo; esse “algo” pelo qual lavamos as mãos e ao qual podemos atribuir toda a responsabilidade de que em nós tenha nascido o amor, de que nos tenha feito viver, desfrutar e padecer, sobretudo, de que tenha morrido em nossas mãos sem saber como, quando nem onde ele ficou doente.

Está claro que, como em toda história amorosa, assim como em um grande musical, intervêm muitos atores, coreógrafos, músicos etc. Mas os protagonistas são os protagonistas. Nós, e unicamente nós, somos o que amamos, vivificamos, sustentamos, acrescentamos, restauramos ou matamos nossos amores. Os responsáveis somos nós, mesmo quando tentamos nos esconder em outro, tão bem camuflados, que os primeiros em cair no engano somos nós mesmos.

Já não renuncio a ser o protagonista da minha própria vida, do meu próprio amor. Reconheço claramente minha capacidade de amar e, sobretudo, minha necessidade de ser amado, contando com todas as características humanas, pois amamos como somos.

Que características? As boas, as más e as confusas, sua grandeza e sua miséria, suas contradições, suas limitações, suas verdades e aparências, enganos e autoenganos, o crescimento, os desertos e rotinas, os fracassos, quedas e regressos.

E a volta perseverante para recomeçar, tão humilde e repleta de humanidade.

Já não transfiro a outro ser misterioso meus comportamentos e responsabilidades no amor. Ficou lá atrás aquela atitude, aquele afã literário que recorria a fadas, ao destino.

Reflexão: a responsabilidade é a maturidade da liberdade; o compromisso é a maturidade da responsabilidade; e o amor é a maturidade do compromisso. O ser precede o agir.
Fonte: Aleteia

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Ter fé é simplesmente... isso!

É preciso aprender a confiar para ver a mão de Deus na nossa vida e sentir que a sua face nos acompanha

Vintage railroad © ChaiyonS021 / Shutterstock

Um menino viajava sozinho em um trem de carga. Quando o trem chegou a uma estação, o chefe desta perguntou-lhe intrigado:

– Menino, o que você faz neste trem? Você sabe para onde este trem vai?

O garoto, muito tranquilo, lhe respondeu:

– Não se preocupe, senhor, estou apenas andando de trem. Gosto muito de andar de trem.

O chefe da estação, mais intrigado ainda, ordenou-lhe que saísse do trem e disse que providenciaria para que ele voltasse para casa. Nisso o garoto lhe respondeu, sorrindo:

– Não se preocupe, senhor, meu pai é o maquinista deste trem… Para onde o trem for, ele vai junto comigo…

Essa história pode ser aplicada à nossa vida religiosa e à nossa fé em Deus. Vivemos dizendo ao Senhor, em nossas orações, que nós confiamos n’Ele, mas tantas vezes não agimos assim nas horas mais difíceis. Não aprendemos ainda a abandonar nossa vida nas mãos de Deus e a deixar que Ele a conduza conforme Sua vontade.

Creio ser essa uma das mais profundas experiências religiosas que devemos viver. Como aquele garoto do trem precisamos viajar tranquilos no trem desta vida, certos de que o “maquinista” dela é o nosso Pai. Ele nos criou por amor e nos guia no Seu amor. Precisamos confiar nisso para ver a mão de Deus na nossa vida e sentir que a Sua face nos acompanha.

Há três versículos na Bíblia que repetem a mesma palavra de Deus: “O justo viverá pela fé” (Hb 2,4; Gl 3,11; Hb 10,38). E há um outro onde São Paulo nos ensinou que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6a). De fato, sem uma confiança profunda em Deus pela fé, é impossível fazermos a Sua vontade, pois essa se realiza em nossa vida na medida em que, pela fé, aceitamos os acontecimentos cotidianos.

Toda a Bíblia é um livro de fé que narra a aventura de muitos homens e mulheres que, agindo na fé, fizeram a vontade de Deus, vencendo obstáculos intransponíveis. Quando agimos na fé sentimos com clareza o que o anjo disse a Maria: “A Deus nenhuma coisa é impossível” (Lc 1,37).

Jesus repreendia severamente os Seus discípulos quando eles fraquejavam na fé, e chamava-os de “homens fracos na fé”. Depois da tempestade acalmada, disse-lhes: “Por que este medo gente de pouca fé?” (Mt 8,26a). A Pedro, que afundara nas águas do mar de Tiberíades, Ele disse “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt 14,31b).

Deus não pode agir em nossa vida quando não demonstramos confiança Nele e no Seu amor. O poder de Deus é liberado quando nos lançamos em Seus braços com toda a fé. O livro dos Salmos está repleto dessa profunda manifestação de fé em Deus. O rei Davi, que vivia pela fé, cantava:

“O Senhor é meu pastor, nada me faltará

Ainda que eu atravesse o vale escuro,

Nada temerei, pois estais comigo” (Sl 22,1.4a).

“O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei?

O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei Medo?” (Sl 26,1)

Essa jubilosa esperança em Deus, que faz brotar dos lábios do homem de fé palavras de confiança no Criador, é a sua força e alegria, mesmo nos momentos mais difíceis da vida. Nós também precisamos fazer crescer nossa fé, repetindo e vivendo essa esperança em Deus todos os dias, até que nossa vida e nosso futuro estejam completamente em Suas mãos. Essa fé é o único remédio disponível para o homem cansado e estressado de nossos dias. Enquanto as âncoras não estiverem presas no absoluto de Deus, não estaremos firmes. Só Deus, no Seu poder, é capaz de nos dar a segurança que está além de tudo  e de todos. Então poderemos cantar como o salmista:

“Só em Deus repousa minha alma,

Só dele me vem a salvação.

Só ele é meu rochedo e minha salvação;

Minha fortaleza: jamais vacilarei.

Ó povo, confia nele uma vez por todas” (Sl 61,2-3.9).

Assim poderemos viver felizes nesta vida, e tranquilos, como aquele menino que seguia no trem cujo maquinista era seu pai.
FONTE: ALETEIA

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A dor do luto

Aceitar a realidade da morte é o primeiro passo para superar um luto.

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A gente sente mesmo quando a dor não é nossa.

Sente o aperto e a aflição daqueles que choram pelo seu ente querido.

Pelo vendaval que vem e entra de repente levando aos poucos ou rapidamente alguém querido.

Um amigo, um colega, um familiar ou um conhecido.

Aquele vizinho que víamos passar na rua e nem sabíamos seu nome.

Tudo acontece sem escolher o dia e a hora.

Chega e bate na porta deixando tudo escuro e o coração às lagrimas.

Tentamos entender mesmo querendo não acreditar, parece um pesadelo irreal.

Tudo é confuso, a medicina, o abraço e as palavras dadas para confortar.

Nada é favorável, nem o silencio e nem o grito, nada muda ou refaz o fôlego voltar.

Sentimos como crianças perdidas, com medo, frágeis e queremos colo.

Acolhemo-nos e analisamos tudo e todos e a música fúnebre nos toca.

O corpo sente, vem dor de cabeça, insônia, angústia, depressão e dores da alma.

Tentamos refazer cada segundo e parece que a estrutura acaba ali, o fim é esse.

As flores, tudo preparado para o funeral, e a despedida não são agradáveis e aceitáveis.

Choramos, as coisas ficam sem significado e palavras não mudam nada.

Tudo fica cinza, horrível, a dor será a companhia de meses.

Só Deus e o tempo aliviarão as feridas e aceitação de caminhar sem o outro.

Mas jamais nos permitirá esquecer e apagar os momentos vivenciados.

As controvérsias, as brincadeiras, as atrapalhadas e as lembranças.

Momentos insignificantes que valeram a pena, simples dias de estar ao lado apenas.

Sentiremos tanta falta dos momentos lembrados, aniversários, festas e fotos, mesmo depois de anos.

Uma saudade que de tanto doer trará o choro.

Mas a vida continuará e caminharemos com a eterna parte do outro.

Aquilo que nos ensinou e nos direcionou, e o que vivemos juntos.

As trocas, o amor, o presente, o sorriso, a dor, a fantasia, a mentira em meio às verdades.

E tudo que ficará será uma saudade amenizada e confortada por Deus.

Uma vida para relatar em seus instantes em meio à vida que por nós passou.

Com suas manias e jeito de ser único e insubstituível que se foi e sempre terá sua parte conosco.

Tudo sempre será lembrado e recordado, mas nunca será o final que quisemos.

Mas a aceitação do tempo que marcou a partida e levou quem amamos.

Que nos apunhalou e escolheu chegar e roubar o que jamais daríamos.

Não quis nada em troca e apenas levou num piscar de olhos.

Parece ter levado por completo a voz, a frescura, os beijos e jeito que não veremos nunca mais.

Para sempre será um carimbo escrito dentro de nós fazendo falta.

Uma necessidade de ter e não poder, querer e não ser ouvido e atendido.

O dia passará e com a noite a dor diminuirá e às vezes um sino tocará para perturbar.

Mas continuaremos de pé a fazer o que o outro faria por nós.

Continuar e recomeçar, pois nem os nossos sonhos são tão importante como o outro que nos envolveu.

Caminhar sem rumo e tocar a vida sem ter a presença do outro.

Despedir-se aos poucos e aceitar que o fim vem do mesmo modo que iniciou, do nada.

No silêncio do enterro, lágrimas, soluço, dor como a dor de parto, mas no coração.

Ao descer pó se transformará e ali ficará tudo, sem nada levar consigo.

E assim encerrará sua jornada e nos deixará com o sentimento de perda e recordações.

E tudo para sempre será guardado como em um baú, no consciente, inconsciente e pré-consciente, tesouros imensuráveis de uma vida vivida plenamente!
Fonte: Aleteia